Reforma Protestante / Inquisição
Estátua de Martinho Lutero, localizada em Witenberg, na Alemanha.
A Reforma Protestante ocorreu no XVI e resultou na divisão do Cristianismo no Ocidente. Esse movimento foi liderado por Martinho Lutero e outros reformadores, que questionaram e criticaram práticas e doutrinas da Igreja Católica.
Assim, surgiram novas ramificações do cristianismo, tais como o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo, que se separaram da autoridade papal e adotaram uma abordagem mais aprofundada na Bíblia.
No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero fixou na porta da igreja do Castelo as 95 teses que criticavam certas práticas da Igreja Católica. Este fato é considerado estopim da reforma que mudaria para sempre o cristianismo.
Atualmente, luteranos de todo mundo comemoram neste dia o "Dia da Reforma Protestante".
Como se iniciou a Reforma de Lutero
A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano alemão e professor da Universidade de Wittenberg. Ele negava algumas práticas difundidas pela Igreja.
Em 1517, revoltado com a venda de indulgências realizada pelo dominicano João Tetzel, Lutero escreveu em documento com 95 pontos criticando a Igreja e o próprio papa.
Estas 95 teses de Lutero teriam sido pregadas na porta de uma igreja a fim de que seus alunos lessem e se preparassem para um debate em classe.
Alguns estudantes imprimiram e leram para a população, espalhando as críticas à Igreja Católica.
Em 1520, o papa Leão X redigiu uma bula condenando Lutero e exigindo sua retratação. Lutero queimou a bula em público, o que agravou a situação.
Já em 1521, o imperador Carlos V convocou uma assembleia, chamada "Dieta de Worms", na qual o monge foi considerado herege.
No entanto, Lutero foi acolhido por parte da nobreza alemã, que simpatizava com suas ideias e refugiou-se no castelo de Wartburg
Ali, se dedicou à tradução da Bíblia do latim para o alemão, e a desenvolver os princípios da nova religião.
Seguiram-se guerras religiosas que só foram concluídas em 1555, pela "Paz de Augsburgo". Este acordo determinava o princípio de que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seus súditos.
As causas que originaram a Reforma Protestante
O processo de centralização monárquica que dominava a Europa desde o final da Idade Média, tornou tensa a relação entre reis e Igreja.
A Igreja - possuidora de grandes extensões de terra - recebia tributos feudais controlados em Roma pelo Papa.
Com o fortalecimento do Estado Nacional Absolutista, essa prática passou a ser questionada pelos monarcas que desejavam reter estes impostos no reino.
Parte dos camponeses também estava descontente com a Igreja, pois eles também lhe deveriam pagar taxas, como o dízimo.
Em toda Europa, mosteiros e bispados possuíam imensas propriedades e viviam às custas dos trabalhadores da cidade e dos campos.
A Igreja condenava as práticas capitalistas nascentes, entre elas a "usura" - a cobrança de juros por empréstimos - considerada pecado; e defendia a comercialização a "justo preço", sem lucro abusivo.
Esta doutrina estava em contra as novas práticas mercantilistas do fim da Idade Média e freava o investimento da burguesia mercantil e manufatureira.
No entanto, a desmoralização do clero, que apesar de condenar a usura e desconfiar do lucro, veio com a prática do comércio de bens eclesiásticos.
O clero fazia uso da sua autoridade para obter privilégios e a venda de cargos da Igreja, uma prática chamada de "simonia". Igualmente, muitos sacerdotes tinham esposas, apesar do celibato obrigatório, numa heresia conhecida como "nicolaísmo".
O maior escândalo foi a venda indiscriminada de indulgências, isto é, a remissão dos pecados em troca de pagamento em dinheiro a religiosos.
Contrarreforma ou a Reforma Católica
A Contrarreforma ou a Reforma Católica é o conjunto de ações que a Igreja Católica tomou para se renovar.
Com as mudanças provocadas na transição da Idade Média para a Idade Moderna, os católicos desejavam uma espiritualidade mais interior e uma igreja menos corrupta.
As ideias humanistas e cientificistas, criticavam modo de vida de parte do clero e questionavam os dogmas cristãos. Isto exigia uma resposta da Igreja Católica.
Desta maneira, surgem pensadores como Erasmo de Roterdã, Juan de la Cruz, Tereza d'Ávila, Inácio de Loyola, Vicente de Paulo, entre outros, que defendem uma igreja voltada aos mais necessitados e não ao poder.
Como resultado haverá uma grande reforma nas ordens religiosas contemplativas e a criação de congregações, como os jesuítas e vicentinos, voltados para a educação e acolhimento dos pobres
Fonte: Toda Matéria.
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