Revoltas Coloniais

 

O processo de unificação territorial no Brasil tampouco foi totalmente pacífico. Houve movimentos de caráter emancipacionista em Minas Gerais (1789), na Bahia (1798), em Pernambuco (1817).

No entanto, essas revoltas foram mais fomentadas por um sentimento de autonomia do que propriamente por um desejo de ruptura entre a colônia e a metrópole.

Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo de Figueiredo e Melo

CRÉDITO,MUSEU MARIANO PROCÓPIO

Legenda da foto,

Tiradentes foi líder da Inconfidência Mineira, mas revolta não tinha desejo de libertação de todo território brasileiro

As Revoltas do Período Colonial Brasileiro se dividiram entre interesses nativistas e interesses separatistas.

O Brasil foi colonizado por Portugal a partir de 1500, mas a efetiva exploração do território não começou no mesmo ano. Inicialmente, os portugueses apenas extraíam das terras brasileiras o pau-brasil que era trocado com os indígenas. Na falta de metais preciosos, que demoraram ser encontrados, esse tipo de relação de troca, chamada escambo, permaneceu por algumas décadas. A postura dos portugueses em relação ao Brasil só se alterou quando a ameaça de perder a nova terra e seus benefícios para outras nacionalidades aumentou.

Com o desenvolvimento da exploração do Brasil em sentido colonial, ou seja, tudo que era produzido em território brasileiro iria para Portugal, a metrópole e detentora dos lucros finais. Esse tipo de relação estava inserido na lógica do Mercantilismo que marcava as ligações de produção e lucro entre colônias e suas respectivas metrópoles. O modelo que possui essas características é chamado de Pacto Colonial, mas as recentes pesquisas de historiadores estão demonstrando novas abrangências sobre a rigidez desse tipo de relação comercial. Ao que parece, o Pacto Colonial não era tão rígido como se disse por muitos anos, a colônia tinha certa autonomia para negociar seus produtos e apresentar seus interesses

De toda forma, é certo que o tipo de relação entre metrópole e colônia envolveu a prática da exploração. O objetivo das metrópoles era auferir o máximo de lucros possíveis com a produção das colônias. No Brasil, antes do ouro ser encontrado e causar grande alvoroço, a cana-de-açúcar era o principal produto produzido, na região Nordeste.

A exploração excessiva que era feita pela metrópole portuguesa teve seus reflexos de descontentamento a partir do final do século XVII. Neste, ocorreu apenas um movimento de revolta, mas foi ao longo do século XVIII que os casos se multiplicaram. Entre todos esses movimentos, podem-se distinguir duas orientações nas revoltas: a de tipo nativista e a de tipo separatista. As revoltas que se encaixam no primeiro modelo são caracterizadas por conflitos ocorridos entre os colonos ou defesa de interesses de membros da elite colonial. Somente as revoltas de tipo separatista que pregavam uma independência em relação a Portugal

São revoltas separatistas: Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana.

Revolta dos Beckman ocorreu no ano de 1684 sob liderança dos irmãos Manuel Tomas Beckman. O evento que se passou no Maranhão reivindicava melhorias na administração colonial, o que foi visto com maus olhos pelos portugueses que reprimiram os revoltosos violentamente. Foi a única revolta do século XVII.

Guerra dos Emboabas foi um conflito que ocorreu entre 1708 e 1709. O confronto em Minas Gerais aconteceu porque os bandeirantes paulistas queriam ter exclusividade na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, mas levas e mais levas de portugueses chegavam à colônia para investir na exploração. A tensão culminou em conflito entre as partes

Guerra dos Mascates aconteceu logo em seguida, entre 1710 e 1711. O confronto em Pernambuco envolveu senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife. A elevação de Recife à categoria de vila desagradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. O embate chegou ao fim com a intervenção de Portugal e equiparação entre Recife e Olinda.

Revolta de Filipe dos Santos aconteceu em 1720. O líder Filipe dos Santos Freire representou a insatisfação dos donos de minas de ouro em Vila Rica com a cobrança do quinto e a instalação das Casas de Fundição. A Coroa Portuguesa condenou Filipe dos Santos à morte e encerrou o movimento violentamente.

Inconfidência Mineira, já com caráter de revolta separatista, aconteceu em 1789. A revolta dos mineiros contra a exploração dos portugueses pretendia tornar Minas Gerais independente de Portugal, mas o movimento foi descoberto antes de ser deflagrado e acabou sendo punido com rigidez pela metrópole. Tiradentes foi morto e esquartejado em praça pública para servir de exemplo aos demais do que aconteceria aos descontentes com Portugal

Conjuração Baiana, também separatista, ocorreu em 1798. O movimento ocorrido na Bahia pretendia separar o Brasil de Portugal e acabar com o trabalho escravo. Foi severamente punida pela Coroa Portuguesa.

Fontes:

Donato, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras. São Paulo: Ibrasa, 1987

GUERRA DOS MASCATES



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REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817





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INCONFIDÊNCIA MINEIRA





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A HISTÒRIA POR TRAS DE TIRADENTES




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A HISTÓRIA DE TIRADENTES



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LER Capítulo 9 do Livro Olhares da História Brasil e mundo: Sistema colonial em movimento; LER texto: "Liberdade, ainda que tardia" - EGEEJFGDADBESS.
2- Assistir videoaula: A GUERRA DOS MASCATES - HISTÓRIA FIX ( https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=tJVGUtOemDs&feature=emb_logo ); Revolução Pernambucana: entenda em 5 minutos como foi esse movimento libertário brasileiro ( https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=wERSzvW9grE&feature=emb_logo );
Aprendendo com Videoaulas: História: Inconfidência Mineira (https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=u5FioqeFuVY&feature=emb_logo ); A HISTÓRIA POR TRÁS DE TIRADENTES | EDUARDO BUENO ( https://www.youtube.com/watch?v=dKXwQHCDV4Q&feature=emb_logo );
A História de Tiradentes ( https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=IGFUppMS5uQ&feature=emb_logo ).
3- Responder ao teste .


EXERCÍCIO HISTÓRIA

1- Quando se analisa a Inconfidência Mineira, é correto afirmar que:

a) recebeu influências do positivismo, introduzido em Minas Gerais por uma burguesia intelectual e alimentada por uma crise econômica.

b) revelou nuances de rebeldia contra os rigores da política fiscal metropolitana sobre a capitania das minas, executada pela Casa de Contrata­ção.

c) apresentou caráter nativista, ideologicamente ali­mentado pelos princípios mercantilistas, difundidos pela maçonaria .

d) visava à independência da colônia e pretendia concretizar-se quando da cobrança dos impostos atrasados.

e) apresentou caráter separatista, visava à indepen­dência da colônia, mantendo a monarquia e a capital no Rio de Janeiro.

2-  A Conjuração Baiana (1798) caracterizou-se por ser um movimento que:

a) teve participação popular, com vista à concretiza­ção de reivindicações sociais.
b) atraiu a burguesia conservadora, que não desejava a continuação do pacto colonial.
c) envolveu, predominantemente, grupos militares influenciados pela Revolução Norte-Americana.
d) visava a impedir a crescente influência da maçonaria na política de Portugal em relação ao Brasil.
e) criou condições favoráveis à concretização da “inversão brasileira” (1808-21).

3- A chamada Guerra dos Mascates, ocorrida em Per­nambuco em 1710, deveu-se:

a) ao surgimento de um sentimento nativista brasi­leiro, em oposição aos colonizadores portugue­ses.

b) ao orgulho ferido dos habitantes da vila de Olinda, menosprezados pelos portugueses.

c) ao choque entre comerciantes portugueses do Recife e a aristocracia rural de Olinda pelo controle da mão-de-obra escrava.

d) ao choque entre comerciantes portugueses do Re­cife e a aristocracia rural de Olinda, cujas relações comerciais eram, respectivamente, de credores e devedores.

e) a uma disputa interna entre grupos de comercian­tes, que eram chamados depreciativamente de mascates.

4- Leia os itens a respeito da Revolução Pernambucana de 1817:

I – Possui forte sentimento antilusitano, resultante do aumento dos impostos e dos grandes privilégios concedidos aos comerciantes portugueses;

II – Teve participação apenas de sacerdotes e militares, não contando com o apoio de outros segmentos da população;

III – Foi uma revolta sangrenta que durou mais de dois meses e deixou profundas marcas no Nordeste, com os combates armados passando do Recife para o sertão, estendendo-se também a Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte;

IV – A Revolta foi sufocada apenas dois anos depois por tropas aliadas, reunindo forças armadas portuguesas, francesas e inglesas;

V – Propunha a República, com a igualdade de direitos e a tolerância religiosa, mas não previa a abolição da escravidão.

É correto apenas o afirmado em:

  1. I, II e III.
  2. I, III e V.
  3. I, IV e V.
  4. II, III, IV.
  5. II, III, V.

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