Arte e suas diversas linguagens: multiculturalidade, multiculturalismo e Patrimônio

 "A ARTE EXISTE PORQUE A VIDA NÃO BASTA"

                                                                       *Ferreira Gullar



A expressão em arte pode ser por meio de várias linguagens artísticas. Linguagens artísticas são as diversas maneiras de expressões por meio das artes. Que podem ser: música, poesia, dança, teatro, cinema, pintura, desenho, música, dança, cinema, literatura, história em quadrinho, escultura, vídeo game, grafite, fotografia…
Muitas Artes!!!

Linguagens artísticas

Ninguém sabe ao certo qual foi a primeira linguagem criada pelo ser humano, mas o fato é que pintar, desenhar, dramatizar, cantar, dançar, batucar… São ações realizadas por nós muito antes do surgimento da escrita. Podemos dizer então, que a arte é a nossa primeira forma de linguagem, a nossa primeira forma de nos expressarmos e nos comunicarmos uns com os outros.

Mas, o que é arte? Pra que serve?

Esta não é uma pergunta de resposta fácil e vários artistas e estudiosos lançaram esta questão ao longo dos séculos.

Na contemporaneidade, vemos diversas formas de criar arte, que está em constante movimento, em fluxos de pensamentos, gostos e valores. O papel da arte muda a cada época, lugar ou cultura, assim como a maneira com a qual nos relacionamos com ela.

A concepção de arte na antiguidade:

Para os gregos antigos, as musas eram seres mitológicos, que segundo a lenda, inspiravam o ser humano na realização das artes. A cada musa era atribuído um talento. Calíope era a do canto e da poesia épica; Clio, à história; Polímnia, à retórica e à música cerimonial; Euterpe, à música; Terpsícore, à dança; Érato, ao canto e à poesia lírica; Melpômene, à criação de textos e à atuação de atores nas tragédias; Tália, à comédia; e Urânia, à astronomia.

Na antiguidade a concepção de arte não é como a de hoje. Além da estética e da poética, arte podia significar uma técnica bem executada, como grandes feitos, não só artísticos, mas científicos e militares também. Os gregos antigos, relacionavam a escultura, a pintura  e a arquitetura a trabalhos braçais, realizados por escravos e pessoas simples e não aos talentos dados pelas musas. A música  era tida pelos gregos antigos como a mais importante dentre todas as formas artísticas. Era tão importante que era um saber necessário na formação de um indivíduo educado.

Na Idade Média:

Na idade média as tradições artísticas eram divididas entre liberais e mecânicas. As liberais eram atribuídas às pessoas que sabiam ler e escrever textos e poemas. Como nesta época não existiam os meios de comunicação atuais, a oralidade era importante tanto como estética como forma de comunicação e conhecimento, transmitidos de geração em geração. O canto na Idade Média ainda era considerado nobre, principalmente o canto gregoriano, um gênero musical vocal monofônico, em que todos cantam em uma só melodia.

A partir do século XV:

Durante o Renascimento Italiano, os artistas eram aqueles que criavam obras únicas e artesão, aquele que fazia a mesma peça repetidas vezes. Deste modo percebia-se uma diferenciação entre arte e artesanato.

Foi neste período que pinturas e esculturas, antes vistas como menos importantes, passaram a ter um reconhecimento maior da sociedade, sendo consideradas artes plásticas nobres até o início do século XX.

A partir do século XV a figura do artista ganho status e este passou a ser requisitado para a produção em várias linguagens, classificadas a partir de então como belas artes: música, dança, pintura escultura, teatro literatura.

 

No final do século XIX:

No final do século XIX temos a criação de dois adventos que serão fundamentais para o desenvolvimento e as mudanças da arte no século XX: o cinema e a fotografia, considerados a sétima e a oitava arte, respectivamente. Estas duas técnicas que visavam a pesquisa da imagem por meio de outros processos que utilizavam a luz e produtos químicos, libertaram, por assim dizer, os artistas da obrigatoriedade da cópia da realidade.

A história em quadrinhos também entra nesta lista, sendo considerada por muitos, a nona arte. Alguns defendem o vídeo-game como a décima e a arte digital (artes gráficas computadorizadas em 2D e 3D e programação de computadores), feita com softwares, a décima primeira.

Gravura e desenho são atualmente consideradas linguagens próprias e não mais técnicas à serviço de outras linguagens, como a pintura.

Na contemporaneidade:

Hoje, as linguagens artísticas estão muito mais híbridas, ou seja, utilizam diversas linguagens, como é o caso das performances, intervenções artísticas e happenings, multimídias, que são as instalações e performances que utilizam muitos recursos, e artes tecnológicas, com suas videoartes, videodanças e outras mais, criadas com recursos tecnológicos.


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Todas as linguagens são consideradas importantes, sem níveis de hierarquia e por isso, são classificadas por sua forma e estrutura artística, a saber: Artes visuais (pintura, escultura, gravura, desenho), audiovisuais (videoarte, cinema), cênicas (teatro, dança e circo), música e literatura.


                                       




                                       





PRA QUE SERVE A ARTE

As obras de arte, desde a Antiguidade até hoje, nem sempre tiveram a mesma função. Ora serviam para contar uma história, ora para rememorar um acontecimento importante, ora para despertar o sentimento religioso ou cívico.

Foi só neste século que a obra de arte passou a ser considerada um objeto desvinculado desses interesses não artísticos, um objeto propiciador de uma experiência estética por seus valores íntimos.
Assim dependendo do propósito e do tipo de interesse com que alguém se aproxima de uma obra de arte, podemos distinguir três funções principais para a arte.

Função Utilitária: A arte serve ou é útil para se alcançar um fim não artístico, isto é, ela não é valorizada por si mesma, mas só como meio de se alcançar uma outra finalidade.
Esses fins não artísticos variam muito no curso da história. Na Idade Média, por exemplo, na medida em que a maior parte da população dos feudos era analfabeta, a arte serviu para ensinar os principais preceitos da religião católica e para relatar as histórias bíblicas.

Função Naturalista: A obra é encarada como um espelho, que reflete a realidade e nos remete diretamente a ela. Em outras palavras, a obra tem função referencial de nos enviar para fora do mundo artístico, para o mundo dos objetos retratados. Essa atitude perante a arte surge bastante cedo. Ela aparece na Grécia, no século V a.C., nas esculturas e pinturas que “imitam” ou “copiam” a realidade. Essa tendência caracterizou a arte ocidental até meados do século XIX, quando surgiu a fotografia. A partir de então, a função arte, especialmente da pintura, teve de ser repensado e houve uma ruptura do naturalismo.

Função Formalista: Preocupa-se com a forma de apresentação da arte. Há, nessa função, uma valorização da experiência estética como um movimento em que, pela percepção e pela intuição, temos uma consciência intensificada do mundo, ou seja, é a análise da obra de arte como todo, pela sua forma, seu conteúdo, sua temática, seu contexto histórico, sua técnica, enfim, todos os elementos para a compreensão da obra em si.

Quando o ser humano precisa pensar sobre algo, geralmente, busca encontrar elementos funcionais que lhe deem sentido e um valor. Então ele procura responder perguntas como: para que serve? E qual sua importância no mundo?

Esse sentido utilitarista é comum a todos os povos desde as suas formações iniciais. O homem primitivo, por exemplo, precisava se cercar, primeiramente, de objetos que respondessem à sua necessidade urgente de sobrevivência. Por isso, os desenhos nas cavernas, as danças e as representações primitivas precisavam ter utilidade, ou seja, deveriam servir para que os espíritos dos animais fossem atraídos e aprisionados, ajudando os homens nas caçadas.

Com o tempo, essas manifestações artísticas primitivas começaram a ser desvinculadas das suas funções primitivas nas comunidades. O homem passou a revelar interesse por aspectos e objetos que não possuíam função prática na vida, como as formas, as cores, as texturas em tecidos, certos sons, que passaram a ser apreciados por puro prazer. Nesse sentido, tais utensílios e representações passaram, cada vez mais, a ser criados e executados pelo prazer em si, desligando-se de uma utilidade.

Assim, os humanos demonstram, desde tempos ancestrais, interesse pelo enfeite, pelo belo, por elementos e fatos capazes de instigar e manifestar pensamentos e emoções.

A pintura corporal em uma tribo indígena, na maioria das vezes, tem a função de camuflar, preparar-se para a guerra, determinar uma posição social do individuo, preparativos para diversos rituais da tribo, como culto aos deuses, casamento, funeral, ou, simplesmente, enfeitar-se. Atualmente, a pintura da pele, como as tatuagens, na maioria das vezes, estão ligadas a um sentido decorativo, servindo apenas para adornar ou decorar o corpo.

Há vertentes e perspectivas diferentes quanto à função da arte. Isso ocorre porque cada sociedade estabelece uma relação muito específica com os objetos artísticos, definindo necessidades e importâncias particulares. Pode-se, contudo, definir duas correntes de pensamento muito comuns, no que se refere à utilidade da arte.

A primeira defende que as artes não derivam de uma necessidade prática, existindo independentemente de qualquer utilidade, tais como: ensinar, entreter, instigar, inspirar ou educar. Uma das escolas defensoras dessa vertente foi o Romantismo, que estabeleceu o que ficou conhecido como autonomia da arte.

A outra corrente defende que a arte só pode existir ligada a alguma funcionalidade, ou algo que lhe dê um sentido, tal qual ocorria nas sociedades primitivas. Nessa concepção, só pode haver objeto artístico se este se relacionar, por exemplo, a uma função social, histórica, educativa ou psicológica.

Obviamente, as duas correntes possuem fundamentos e argumentos necessários de serem discutidos, mas é inevitável que convivam, em um mesmo processo de criação artística, elementos estéticos e outros de ordem funcional, econômica, etc.

Vale dizer que a humanidade não vive sem a arte, seja ela funcional, mista ou puramente ligada à fruição da beleza.

“A arte é necessária para que o homem se torne capaz de conhecer e mudar o mundo. Mas a arte também é necessária em virtude da magia que lhe é inerente.” Ernst Ficher, A Necessidade da Arte. Fonte: historiadasartes



ATIVIDADE DE FILOSOFIA 

1- Agora que você conheceu as linguagens artísticas, visitou o Museu  de Bom Jardim, escreva um comentário sobre sua visita presencial ou virtual, por meio do vídeo "Conheça o Museu de Bom Jardim".  Escreva seu registro  na forma de texto, resenha,  relatório descritivo ou resumo no seu caderno ou na Caixa de Comentários no final da postagem. Escreva seu nome completo, série, turma, escola onde você estuda.

2- Sobre patrimônio material e imaterial no Brasil, é correto afirmar: 
a) As práticas e expressões culturais, para serem consideradas como bens imateriais, devem apresentar associação entre os objetos, artefatos e os lugares onde são desenvolvidos. 
b) O Palacete Pinho, o Parque Zoobotânico do Museu Emilio Goeldi e o Complexo do Ver-o-Peso são considerados como patrimônio imateriais do Brasil por resguardarem a memória dos povos indígenas. 
c) Os recursos naturais são bens culturais de patrimônio imaterial, por isso é grande o risco de desaparecerem, caso não sejam preservados por políticas sociais. 
d) O Ofício das Baianas de Acarajé agrega diferentes classes socioeconômicas, promovendo a equidade e a justiça social, e é caracterizado apenas como patrimônio material. 

e) Os bens materiais têm que apresentar uma prática cultural regular tal como ocorre, por exemplo, com o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, com o complexo cultural do Bumba meu Boi do Maranhão e com a Roda de Capoeira. 

3- Sabemos que a arte se expressa através de diversas linguagens, são elementos gráficos usados na  linguagem artística dos desenhos:
a) Sons, textos, movimentos corporais e cores
b) Linhas, formas, pontos e cores
c) Sons, linhas, texturas gráficas e textos
d) Linhas, sons, pontos e movimentos corporais
e) Caneta, fotografia e tinta

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